Engraçado como coincidências acontecem.
Ontem eu estava as voltas para terminar de ler Infiel e, nesse clima, comecei a pesquisar na internet sobre Ayaan Hirsi Ali. Acabei achando um blog, em holandês, e lá tinha uma foto de Benazir Bhutto falando sobre a trajetória dessa mulher. Achei interessante, pois há uma semana já não lia sobre ela. Cansada, saí da Internet e fui me deitar, mas, diferentemente de sempre, liguei a televisão, e a notícia era: Morte de Benazir Bhutto em atentado. Eu que, desde outubro, vinha acompanhando sua história no Paquistão, fiquei assustada com a sua morte. Como é forte o poder do Islã.
É impressionante como o Oriente, essa cultura e o Islamismo estão em alta. Chego as livrarias e me impressiono com a quantidade de livros sobre o assunto e tenho vontade de ler todos. É um assunto extrememamente complicado, interessante e, cláro, exaustivo, porque, para nós ocidentais, é difícil entender como alguém pode se casar com uma pessoa que nunca viu, como as mulheres podem ser tão submissas e pensar que sua vida é feita para suportar.
Nesse contexto me impressionei e lamentei a morte de Benazir. Não a achava uma pessoa espetacular, afinal, sempre foi grande e evidente as acusações de corrupção em seus dois governos. Mas é inegável que ela queria reestabelecer a paz no Paquistão e, desde que fora exilada por oito anos, dizia retornar ao país a fim de melhorá-lo.
Teme-se que Pervez Musharraf, atual presidente, declare, novamente, estado de emergência que foi de outubro ao último dia 15. A morte de Benazir, já gerou manifestações e mais, pelo menos, 19 mortes. O também ex-premiê, Nawaz Sharif, é um grande adversário de Musharraf e quer boicotar a eleição.
Benazir Bhutto foi baleada no pescoço logo após um comício na cidade de Rawalpindi. Ela estava acenando do teto solar do carro para os simpatizantes que estavam em volta dela. O suicida, logo após balear Benazir, explodiu uma bomba que matou outras 22 pessoas.
A autoria dos ataques ainda não foi reivindicado, mas as suspeitas são aos grupos islâmicos. Benazir estudou em escolas ocidentais, Harvard, Oxford e isso a tornou pró-ocidente, o que pode ser uma das causas para ser alvo dos grupos radicais paquistaneses.
O medo de mais uma guerra civil aumenta...
"Coloco minha vida em risco para vir aqui porque sinto que este país está em perigo"
Bhutto
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