sábado, 26 de dezembro de 2009

O Natal e o Creme de Uvas

E lá se foi o Natal...
Dele ficaram as sobras! Muitas delas, de pernil, de tender, de maionese, de pudim, de pão, de torta de maçã e de creme de uvas...
Eu comecei a cozinhar não sei quanto tempo faz. Mas eu lembro que eu queria aprender a fazer aqueles bolos incríveis, com recheio, cobertura e todas essas coisas. Minha mãe sempre foi adepta do bom e velho bolo de cenoura. E eu queria algo diferente e novo. Minha sempre fez aqueles doces de : pudim, manjar, flan, arroz doce, pé-de-moleque, doce de abóbora... E eu queria fazer algo que elas não fizessem e eu gostava: Bolos. Fiz muitos, muitas receitas, coisas de todos os tipos, aqueles bolos complicados com suspiro, com glacê sei lá o que... Enfim, meu gosto acabou simplificando. Comecei a sentir falta do velho bolo de cenoura. Aí comecei a fazer salgados. Raramente faço doces agora. Mas essa receita aqui eu aprendi há alguns anos, num Reveillon... Não lembro qual, mas faz tempo. De lá pra cá, essa receita foi passando. A Tina aderiu, passou pra família dela, passamos pra outras amigas... Enfim, cá está ela.


Creme de Uvas
Ingredientes:
Creme
  • 1 lata de leite condensado
  • 1 lata de leite
  • 1 1/2 colher de manteiga sem sal
  • 1/2 lata de creme de leite
Cobertura
  • 1/2 barra (de 170g) de chocolate ao leite
  • 1/2 barra de chocolate meio amargo
  • 1 lata de creme de leite
Recheio
  • Uvas (sem semente) ou morangos picados
Modo de preparo

Creme: Leve ao fogo todos os ingredientes, menos o creme de leite. Misture bem e, em fogo baixo, deixe levantar fervura. A partir desse momento, mexa bem. Quando ele começar a engrossar e ficar um pouco mais mole que um creme, coloque o creme de leite e misture bem. Apague o fogo e reserve.
Uvas: Se você encontrar aquela uva verde, sem sementes é melhor, porque basta cortá-la ao meio. Mas, caso não encontre, use a uva verde normal, ao cortá-la ao meio, retire a sementes com a ponta de uma faca de serrinha.

- Em uma travessa, disponha as uvas cortadas ao meio, cubra com o creme já frio. Se preferir, pode misturar as uvas ao creme.

Cobertura: Pique os chocolates e, se tiver microondas (acho que hoje em dia todo mundo tem, menos eu, mas não ligo) coloque no microondas junto ao creme de leite até derreterem. Caso não tenha, como eu, faça no banho maria, dá um pouco mais de trabalho, mas o resultado é ótimo. Vai formar um creme mole e é só espalhar sobre o creme com as uvas. Cuidado que, por serem dois cremes, o creme de chocolate não espalha direito, tem que ir com paciência, colocando de pouquinho em pouquinho. Deixe na geladeira até a hora de servir! Bon Appétit!

Feliz Natal (atrasado)!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Kinzinho


Outro dia, quando eu fui visitar a moça que mora embaixo da ponte, eu vi a Lili, a cachorrinha dela. A senhora não estava lá, mas a Lili me reconheceu no ato, quando eu me aproximei... Ela veio abanando o rabo, muito feliz em me ver. E eu tinha estado lá apenas uma vez, mas fiz um carinho nela e ela simplesmente se recordou de quem eu era. Fiquei com ela durante um tempo esperando a senhora chegar. Ela não chegou, só um outro senhor. Naquele dia fiquei pensando como era lindo essa relação dos animais com os humanos, a maneira como eles te reconhecem, como te amam de uma maneira tão leal, de como tentam te agradar e como reconhecem quando fazem travessuras...

No último final de semana fui pra São José e fiquei com uma gripezinha chata. Chegou no domingo eu estava como um zumbi pela casa. Resolvi que queria ficar por lá mesmo até terça e matar a aula de segunda. Foram dois dias a mais com o Kinzinho. E foram os dois dias a mais. Nós dois jogados no sofá da sala vendo TV, comendo presunto e queijo na cozinha. Eu reclamando que ele não queria comer melancia. Ele se recostando na minha perna. Eu o chamando pra ficar deitado no chão da sala vendo a novela da sete com meus pais e a minha vó. Nós dois indo pra lá e pra cá. Não existia sintonia mais perfeita, Ele é meu filho e, às vezes, parecia que ele tinha saído de dentro de mim. O seu jeito esquisitinho tão parecido com meu, seus olhos de um castanho tão igual ao meu, seus cabelos brancos, mas lisinhos como os meus, do seu intestino que funcionava bem igual ao da família (ele fazia umas 4 vezes cocô quando ia passear) seu focinho e orelhas geladas que eu sempre gostei, suas pintinhas pelo corpo gordinho, seu tamanho maior que o normal e sua felicidade. Ele sempre sorriu.

Não sei se vou saber honrar o que eu sinto ou que ele significa pra mim em algumas palavras, mas eu fico tentando buscar jeitos de entender e de se fazer entender o que aconteceu.
Lembro uma vez, há muito tempo atrás quando minha mãe falou que não imaginou que eu fosse gostar tanto dele. Lembro tão bem, como se tivesse com ele no meu colo agora, o primeiro dia que ele chegou em casa, tão quentinho que parecia que tinha feito xixi em mim. Lembro da primeira noite que passamos juntos. Denis e eu deitados no tapete de pele de carneiro da minha mãe fingindo que estavamos dormindo pra ele dormir também. Lembro como a gente o aplaudia e ria quando ele pulava o murinho da minha velha casa. De como ele tinha suas manias esquisitas, como deitar parecendo uma rã, adorar queijo nózinho, empurrar com o focinho a porta do meu banheiro, lamber meus dedos do pé quando eu tirava o tênis, brincar de vene-torino-vene-tibum, de passear livre pela pracinha, de implicar com as palmas, de ficar correndo atrás da Tila feito uma sarna, de encostar a cabeça nos meus pés, de como ele acabava com os nossos chinelos, do dia que ele fez cocô em cima da cama da minha mãe (bem no centro da cama), da capacidade de fazer cocô bem em cima dos murinhos, do primeiro banho dele que eu fiquei uns 15 minutos rindo de como ele ficava esquisito molhado, de quando ele mordeu o rato, de quando ele fez xixi nas costas da vizinha, de como ele mexia o rabo quando me via, de como ele latia e rosnava pras pessoas que tentavam bater em todos nós da família, seu medo de altura, como ele arranhava minhas costas quando eu subia as escadas com ele, do dia que ele caiu das escadas... e como ele nunca esqueceu de mim por mais que eu ficasse fora dias e dias...

É engraçado como um cachorro pode fazer mais falta que um ser humano. Eu nunca chorei tanto a perda de alguém como eu estou chorando a do Kinzinho. Ele era meu filhote, totalmente parte de mim, meu bebêzinho, meu adugui dugui mamãe da mamãe mamãe, meu porto seguro, meu amigo, meu companheiro, o presente que eu ganhei e que mais amei. Eu não sou de demonstrar afeto, não sou de demonstrar carinho e nem ser uma pessoa muito doce, mas, se existe alguém em todo mundo que conheceu o meu lado mais doce, mais generoso, mais altruista, mais maternal e mais carinhoso, com certeza foi o Kinzinho. Nunca fiquei um dia todo perto dele sem falar pelo menos uma vez que eu o amava, ou como ele era a coisinha mais importante do mundo, ou como ele era uma bolota gorda fedida que não fedia que eu mais gostava. O bom é saber que ele se foi sabendo um pouco da extensão do amor que eu sinto por ele. E graças a Deus ele não sofreu muito...

Eu não sei se consigo me sentir melhor e não sei como vai ser quando eu for pra São José e não o ver. Não ir até o trampo da minha mãe com ele no banco do carona, não carregar ele morrendo de sono até sua casinha, não ver ele parado na porta do meu quarto assim que ouve o primeiro barulho de que eu acordei. Parece tudo um pouco vazio, mas vamos todos aprender a conviver com isso...

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Julie & Julia - o filme


Andava meio desanimada, mas fui ver Julie & Julia e fiquei muito animada! Sério, o filme é muito legal. Já falei antes sobre isso aqui. E tava ansiosa pra ver o filme. Estreou na sexta, mas fui pra São José e lá não estava passando o filme, droga!

O filme é um pouco diferente do livro. Temos duas histórias, a de Julie (e se passa em 2002)- uma mulher de 30 anos que está desanimada com o rumo da sua vida em seu apartamento minúsculo, seu cúbiculo onde é secretária e a maneira como nunca termina nada do que começa - e a de Julia (que se passa nas décadas de 50/60) que aprendeu a cozinhar quarentona, em oito anos escreveu um dos maiores livros de comida francesa para mulheres que não tem uma empregada e ainda estrelou uma programa de televisão culinário.

Julie Powell resolve fazer as 524 receitas de Julia em 365 dias, mantendo então uma missão por um ano e postando diariamente em seu blog suas experiências. Ela ganha fãs, que acompanham seu blog e a incentivam. Ela imagina uma Julia como se fosse sua amiga próxima, quase como uma amiga imaginária. Ela tem convicção de que Julia a apoia e está sempre ali ajudando pra que tudo dê certo. No livro, temos a trajetória de Julie bem traçada, com os altos e baixos de suas experiências, com a sua vida mais explícita, suas amizades, seus dramas diários e suas dificuldades na cozinha. No filme temos todas essas partes com mais humor, em cenas engraçadas e desengonçadas como a que ela prepara lagostas, ou em algum de seus ataques...

Diferente do livro, no filme nós conhecemos melhor a Julia Child, vivendo com seu marido Paul em Paris, aprendendo a cozinhar, sendo uma mulher grande, alegre e carismática e encontrando na comida, assim como Julie encontra, uma razão ou um rumo pra seguir. Julia começa a se dar bem e resolve com duas amigas fazer um livro pra ensinar as americanas a cozinha francesa sem a necessidade de uma empregada. Então elas começam o Mastering the Art of French Cooking que, depois de oito anos sendo escrito, testado e revisado, é lançado e vira um grande sucesso. Julia além de surpreender é convidada a fazer um programa de televisão (The French Chef) que vira um sucesso nos Estados Unidos.

Unidas pela paixão pela cozinha e por muita manteiga, o filme relata duas grandes mulheres com suas dificuldades, com sua perseverança e com seus jeitos desastrados e engraçados. Meryl Streep está cativante em seu papel como Julia Child e Amy Adams é simplesmente a Julie Powell que eu esperava. Vale a pena conferir a sala cheia de senhoras, de filhas (os) acompanhando as mães e se divertindo também.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Memórias de uma Gueixa


Independente da correria, do cansaço, eu sempre guardo alguns minutos do dia pra me abstrair de tudo que existe e ler. Semana retrasada Memórias de uma Gueixa, de Arthur Golden, entrou em promoção no Submarino. Resolvi comprar. Já tinha entrado antes, mas quando fui comprar esgotou, mas dessa vez eu consegui! Estava lendo outro livro, mas esqueci em São José e nessa semana passada comecei a ler Memórias de uma Gueixa. E simplesmente não conseguia parar. Estive trabalhando intensamente no meu portfólio da Pan, mas dava uma escapadinha pra ler.

O livro é sensacional. E olha que eu nem sou muito da cultura, mas depois de ler Musashi, acabei me animando.

A história é a de Chiyo, na década de 20, no Japão. Filha de pescadores, com a mãe doente e o pai em idade avançada, ela é vendida para uma okiya de Kyoto. É separada de sua irmã Satsu que acaba indo pra Zona de Prazer por não ter os olhos cinza azulados fascinantes de Chiyo. Chiyo logo é aceita como aluna da escola preparatória para gueixa. Ela começa a vida ali servindo e arquitetando uma maneira de encontrar Satsu e fugir. Com a "ajuda" de Hatsumomo, a gueixa que sustenta o okiya, Chiyo descobre onde está Satsu e marcam de fugir. Hatsumomo arma vários planos para fazer com que Chiyo não se torne uma gueixa, pois sabe que ela tem futuro. Chiyo tenta fugir, mas acaba caindo do telhado e é pega por Mamãe. Suas chances de virar uma gueixa se vão e ela se torna uma escrava da okiya. Vê sua amiga Abóbora (Pumpkin) se tornar uma aprendiz de gueixa e se tornar irmã de Hatsumomo.
Sem esperanças, sabendo que perdeu seus pais e sua irmã nunca mais voltará, Chiyo vive desolada. Não tenta mais fugir e certo dia na praça um homem bom, que chamam de Presidente paga-lhe um sorvete de cereja e lhe dá um lenço. Ele está acompanhado de uma linda gueixa, mas fica encantado com os olhos da menina e com seu olhar desesperado. A partir desse dia, Chiyo resolve que quer se tornar uma gueixa e ter um futuro pra poder se aproximar do presidente de novo.
Depois da morte de Vovó, Chiyo conhece Mameha, uma grande gueixa e rival de Hatsumomo. Essa pede permissão a mamãe para ser a irmã de Chiyo para que ela se torne uma gueixa. Chiyo, sob a tutela de Mameha, torna-se Sayuri, uma grande gueixa no Japão. Conquista a admiração de Nobu, amigo do Presidente. Mas vem a Segunda Guerra Mundial e a faz seguir caminhos diferentes. Mas ela ainda volta a Gion...

O bacana é que além da história de Chiyo, você acaba aprendendo quais eram os costumes das gueixas e da sociedade japonesa da época. As pessoas acabam tendo uma visão errônea das gueixas, mas que, no livro, é esclarecida, gueixa quer dizer artista. Aprendemos sobre as delicadezas e sutilezas que acompanham o movimento dessas mulheres, como um simples olhar pode derrubar um homem e a maneira como os pequenos gestos podem encantar as pessoas.

Bom, depois de ler o livro, fiquei curiosa com o filme. Já tinha assistido trechos dele, mas acabei baixando pra assistir. O livro é rico em detalhes, que ficam mais difíceis de serem visualizados no filme. A história também muda um pouco, mas os incríveis olhos azuis acinzentados e a trajetória da pequena Chiyo contagiam. Os lindos kimonos, o retrato da sociedade japonesa, os costumes, os pavores da 2ª Guerra e o amor.



Vale a pena. Tanto o livro quanto o filme. Ambos são antigos. O livro é de 1997 e o filme de 2005.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

E no metrô Pedro II...

Uma das coisas mais legais do meu trajeto até o Senac Tatuapé são as estações ao ar livre. Você fica longe das paredes dos trilhos subterrâneos e descobre partes de São Paulo que não costuma visitar. É quase como andar de ônibus, mas mais rápido e com uma vista mais superior. Eu já tinha feito o trajeto outras vezes, mas quando se torna rotina você pode analisar cada detalhe.


Mas teve um lugar que me chamou atenção logo no primeiro dia de aula do Senac. Eu reparei em algo entre o metrô Pedro II e a Sé. Era algo estranho. Não sabia se vivia alguém ali, se era um depósito, se era uma casa, se era algo esquecido pelo governo. Não conseguia entender porque aquilo estava ali. Entre a Avenida do Estado, bem próximo ao metrô Pedro II e o Viaduto Vinte e Cinco de Março. Era quase uma ponte. Dali você ia praquela parte da rua que é apenas para ônibus. O lugar tinha calotas de carro, uma montanha de papelão, bonecas, bichos de pelúcias, plantas naturais e artificiais, vassoura, e um monte de pequenas coisas que eu não conseguia enxergar. Parecia um monte de lixo. Acima do rio que eu acredito ser o Tietê, aquele lugar era simplesmente algo a se notar. O portão era um pouco enferrujado e, ao mesmo tempo, levando os tons de azul de um graffiti já meio antigo. Aquele lugar se tornou uma obsessão pra mim. Toda vez que eu passava ali eu ficava tentando ver se tinha alguém ou se as coisas ainda estavam lá. Ficava imaginando o que poderia ser aquele lugar. Por que estava ali e por que ninguém o retirava de lá? Se estivesse abandonado por que não tinham sido tomadas providências?

Vista do Viaduto Vinte e Cinco de Março (Mila Kodaira)

Aí surgiu nosso primeiro trabalho de tema livre em fotografia e eu resolvi tirar a limpo o que era aquele lugar. Fui com aquele pensamento de “independente do que seja” vale a pena conferir. Ou então, quem sabe eu consigo tirar umas fotos do lugar? Fiquei na esperança de conseguir adentrar naquele lugar e tirar umas fotos do caos, da sujeira, das coisas que tinham lá. Fiquei imaginando o lugar como um local para se explorar. Independente se fosse feio ou bonito, era interessante.

Assim que acabou a aula de uma quarta-feira, dia 21, eu parti pra minha missão. A princípio, fiquei um pouco perdida. Assim que achei o lugar fiquei olhando através do portão, bati na portinha, fiquei andando por ali, mas não apareceu ninguém. Conheci uma mulher que vendia água pros motoristas que enfrentavam o trânsito e perguntei a ela sobre ter como entrar ali. Foi assim que descobri que a “casa” tinha uma dona. Uma senhora que, segundo a vendedora de água, era louca. Usava muita maquiagem, muitas bijuterias, falava muito e rápido e ainda gritava sozinha. Ai que eu me animei mais ainda pra conhecer a tal mulher. Falando assim parecia uma personagem. Fiquei sabendo que ela saia todos os dias e só voltava no fim da tarde. Era uma da tarde, o Sol estava brilhando, muito quente e eu achei que esperá-la voltar seria loucura. Andei pelo lugar, vi vários moradores de rua, vi pessoas fazendo xixi no Viaduto Vinte e Cinco de Março, vi roupas penduradas num varal no “jardim” do Metrô Pedro II, o trânsito parando a Avenida do Estado...

Resolvi chegar lá de novo no dia seguinte. Às 16h lá estava eu. Andei, andei e não vi nem a vendedora de água e nem a dona do lugar. Fiquei meio decepcionada porque pensei que já ia encontrá-la. Fiquei tentando ver pelas frestas do portão o meu desejado lugar. Pensei em dar um jeito de entrar, mas achei que, independente do lugar que ela se encontrava, era o lugar de alguém.

Resolvi seguir mais em frente e me deparei com outra senhora morando embaixo do Viaduto Vinte e Cinco de Março. Perguntei à ela sobre a senhora que morava ali na ponte, mas ela só soube me dizer que era uma senhora negra, que não gostava de brancos e que tinha mandado bater nela. Fiquei impressionada com a história e sentei ali na casa dela pra conversar. Ficamos batendo papo por mais de uma hora e assim, eu mal falei, ouvi muito mais. Ela era incrível e o que ela queria era alguém pra poder chorar as pitangas, contar algo. Alguém que a notasse e dispensasse uns minutos do seu dia pra ouvi-la.

São grandes histórias, são sonhos e esperanças de pessoas que não tem nada, mas não perdem a esperança de ter algo. Ela me disse que sonhava voltar a estudar numa escola perto da Sé, “aquela que não tinha sido invadida pelos nóias”. Que se ela estudasse poderia virar uma Delegada, iria pintar o cabelo de loiro, pra combinar com o verde de seus olhos, e ia prender todos aqueles nóias que a insultaram, a chamaram de suja e zoaram com a cara dela. Ela poderia implantar um dente que faltava na frente, ter uma casa e viver bem com sua cadela, Lili, e seu companheiro. Ela tinha tão pouco a oferecer e me ofereceu sua água. Disse que o resto de macarrão que tava na panela era da Lili porque ela tá prenha. Achei tão bacana ela ainda dividir o pouco que tinha com a cachorrinha, porque ela tava precisando bastante. Foi quando ela me perguntou o que eu fazia e eu falei que era estudante. Que estava atrás da moça que morava ali na ponte porque queria fotografar o lugar, mas que, se ela não se importasse, eu queria fotografá-la e fotografar a Lili. Ela ficou super feliz com a ideia e, prometi levar algumas fotos pra ela ver.

A senhora e sua cadela, Lili (Mila Kodaira)

No fim, eu mudei um pouco o rumo do meu trabalho. Minha ideia primária era fotografar aquela "casa" no meio da ponte, mas, a partir do momento que você fala com pessoas, a sua visão muda. Não é só fotografar isso ou aquilo, é tentar ajudar alguém que tá precisando, é dar uma felicidade, mesmo que pequena, pra alguém. Sei lá, parece meio romantizado, mas você fica mais sensibilizado quando vê a realidade assim, na sua cara. Percebe que por trás dessas casas, no mínimo, inusitadas, existem pessoas que podem ser inteligentes, simples, humildes, loucas, sofridas. São aquelas pessoas que não esperam nada de você e quando recebem alguma coisa ficam realmente gratas. Claro, não posso generalizar e dizer que todos são assim, mas muitos são. Você não pode se aproximar delas com medo ou com nojo pelo que elas são, por estarem sujas e abandonadas. Pegar na mão de uma pessoa dessas é fazê-las confiar em você. Enfim, mudei um pouco o rumo do meu trabalho, mas depois de mais algumas saídas acabei encontrando o que eu queria a princípio, mas aí percebi que eu tinha descoberto algo ainda maior. Talvez não seja inovador, nem inédito, mas foi ali que encontrei alguma satisfação.

Me perguntaram bastante sobre medo ou sobre roubar a camera. Sei lá, acho que esse é o tipo de risco que você sempre corre. Estando lá na Paulista no meio da tarde, na Sé, no Morumbi, no Brooklin, no Tatuapé ou então no metrô Pedro II. Se você se prender toda hora essa coisa de te roubarem, você nunca vai sair...

Memórias dos outros dias logo menos...

Lili (Mila Kodaira)

Havaianas Clássicas (Mila Kodaira)

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Intelligent Design

ADOOOORO!



valeu rapha!

sábado, 3 de outubro de 2009

Campanha

Não gosto muito de fazer Campanha, mas...
Resumindo, esse é o novo Sundown diário, então o foco foi explorar a coisa do dia-a-dia, de diversos ângulos. Nas primeiras propostas foi feito algo como a mulher com o Sundown pra lá e pra cá, mas no fim, o meu foi esse do Calendário. Ainda tem página simples, dupla e banner.

Display de mesa

Outdoor

Site

domingo, 27 de setembro de 2009

Cartões Éder Brito


Finalmente os cartões do Eder ficaram prontos! Adorei, na foto não dá pra ver direito o verniz, mas a impressão ficou bacaninha e muito fods!

Cartões da Oficina

Bom, faz um tempo já que eu fiz esses cartões na Oficina Tipográfica, mas eu só os tenho em mãos agora! Em algumas cores e papéis diferentes...

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Julie & Julia



Quando li a primeira resenha desse livro há algum tempo atrás achei legal, fiz o download do livro em pdf na internet, mas como tudo desse tipo que baixo, eu acabo não lendo porque gosto de sentir o livro em minhas mãos, levá-lo ao metrô ou a qualquer outro lugar que eu vá... A experiência livro cibernético não funciona comigo. E claro, ainda pretendo ter a minha própria biblioteca antes dos trinta. Preciso ter os livros para tal façanha!

Bom, depois que li a resenha, baixei o livro e não o li, ele ficou meio esquecido. Acabei lendo outros livros e lá estava ele, na minha "lista de desejos" do Submarino. Olhei pra ele, ele olhou pra mim, mas ainda estava lendo os livros que comprara anteriormente. Ele ficou pra trás. Foi quando descobri que sairia em filme e enlouqueci. Sou um pouco (meio) fanática por livros que viram filmes. Então fiz que fiz para que ele fosse minha próxima aquisição. Com a chegada do filme, o livro entrou em promoção, mudou de capa e enfim chegou as minhas mãos.

Julie Powell é uma secretária de quase trinta anos com Síndrome dos Ovários Policísticos, ou seja, seu ginecologista recomendou que tivesse um bebê logo. Insatisfeita com seu trabalho, com sua vida e com seu apartamento minúsculo, ela se jogou de cabeça num projeto maluco: fazer as 524 receitas do Mastering the Art of French Cooking de Julia Child em 365 dias! Pra completar relataria suas experiências em um blog. O fato é que, ao longo do projeto, ela ganhou fãs, peso (manteiga pura!), stress, experiências hilárias na cozinha, matou crustáceos, descobriu o que era Tutano de boi, preparou alcachofras, saiu em jornais, deu entrevistas, foi reconhecida por pessoas na rua, fez jantares para os amigos, aprendeu muito, deu um rumo à sua vida, se divertiu, quase se matou, quase matou seu marido Eric com sua histeria, mas conseguiu completar o projeto! Escreveu esse livro e também deu ao livro um fim como quem justifica não saber escrever o fim. Mas, no fim, ficou ótimo!

É engraçado, ótimo, leve. Pra quem gosta de cozinhar, pra quem gosta de ler, pra quem gosta de rir... Estou ansiosa pelo filme! Que venha dia 16 de Outubro (e 20/11)!

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Comercial antigo

Desde que eu me lembro, meu pai canta essa musiquinha pra mim. E eu sempre achei engraçada e sei cantar também desde os primórdios da minha existência. Quando hoje, o papo rolando sobre o Japão no quarto ao lado eu lembrei dessa musica e comecei a cantar. Imaginei se teria algo disso na internet e, claro, encontrei. É um comercial antigo da Varig... Saca só...





MUUUUUUUUUUUUUITO LEGAL! (:

sábado, 12 de setembro de 2009

Double Barrel - Torae e Marco Polo

Desde Port Authority tava esperando outro grande trabalho do Marco Polo. Eu já tinha ouvido coisas dele no Orange Moon Over Brooklyn do Pumpkinhead, mas nem sabia que era dele! Aí em Port Authority eu vi quem era o cara e, depois disso descobri mais alguns sons que ele produziu. De repente (ok, depois de algum tempo...) saiu But Wait da parceria dele com Torae. Fiquei (grunhidos/ broc face) à espera de Double Barrel, o álbum do Torae. Assim que o cd saiu eu fiquei viciada em algumas faixas. Gosto da agressividade como o Torae rima e os beats do Marco Polo que nunca enjoam. O que eu mais gostei no novo clipe? Os pads brancos na "tela" sendo pressionados! Enfim, uma das minhas faixas preferidas ganhou um clipe e aí está ela:



"Whatever you thought get it away, this is what's goin on
This is not the same garbage from a typical song
This right here is where the music belong
Can we move it along?"


Esse é o vídeo da Party Crashers, que saiu um pouco antes...

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

4ª Estrofe - Ritmo e Poesia (2009)



Tava curiosa desde um tempão por esse álbum. Primeiro esse vídeo, prévia. Quando saiu o single na internet fiquei com comichão nos ouvidos pra ver esse cd. Aí, finalmente, hoje, ele está em minhas mãos e eu gostei bastante. Renan Samam e DJ Mutley formam o 4ª Estrofe no selo 360 Graus Records. Com 15 beats de DJ Caique e 2 beats de Renan Samam (Cidade Cinza, Segunda Feira) e letras surpreendentes o cd rodou no meu computador hoje. Riscos e colagens de DJ Mutley, participações de Nego Gil, Fernandinho BeatBoox, Doncesão, Dr. Caligari, Gari e Jeffe. Um álbum com uma diversidade grande, mas parece amarrado pelo sentimento de rap feito com "sentimento de quem realmente ama".

Desde faixa um, Hip Hop, a introdução do grupo, o seu primeiro passo esperançoso, até Inspirações do Passado, que Renan cita diversos musicos brasileiros, sua fonte de inspiração, ele se transporta pra tudo que formou sua música. A pegada mais reggae de Kimbo, a autobiografia de Linha do Tempo, o patriotismo em Meu País - que conta com a colagem de Aquarela do Brasil, - o sample de voz contagiante de Cidade Cinza, o estilo bohemio de Rolê na Madrugada. Passeando pela Segunda Feira, o dia mais chato da semana sob a voz de Nego Gil. Não esquecendo do Cotidiano difícil de mc que tem outros deveres a cumprir. Não esquecendo de uma parte mais Noturno e pesado com Fernandinho BeatBox, Doncesão e Dr. Caligari. O tom melancólico de Eu Escolhi e o tom mais amoroso de Eu Sei Que Vou Te Achar, com a voz afinada de Jeffe. A agitação de União, meio dançante e com a voz de Gari. Faça Sua Cota, mais obstáculos a serem vencidos e luta para crescer. Não Tenho Tempo Pra Bobagens vem com Jeffe numa música calma e relaxante, vem pra fazer a pessoa manter o foco e não 'se perder em seus próprios passos'. Já vem o Apocalipse numa análise do mundo, sociedade e o caos geral. Por Amor é o trampo feito pelos caras, a caminhada pra levar pras pessoas o álbum novo.

Eu Escolhi Download

Fica aí a dica (bem Fil). Comprei o meu na Sigilo, na Galeria do Rock. Só colar lá.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Emicida | Triunfo

EMICIDA ::: TRIUNFO from www.noiz.com.br on Vimeo.


FOOOOOOOOOOODS!
Mais sobre o vídeo no NóiZ.

sábado, 29 de agosto de 2009

O menino do pijama listrado

Acabei ontem à noite de ler O menino do pijama listrado. Nas últimas férias tive a oportunidade de ver o filme e fiquei bastante curiosa sobre o livro. No começo da semana o livro me apareceu no Submarino a um preço super bacaninha e resolvi comprar. O filme acompanha bem o livro, sendo um pouco mais explícito.


A história é contada do ponto de vista de Bruno, um menino de nove anos que um dia chega em casa após a escola e vê Maria, sua empregada, arrumando todas as suas coisas, até aquelas que ele escondera no fundo e que pertenciam somente a ele e não eram da conta de mais ninguém. Descobre que irão sair de Berlim para ir morar bem longe, mais de um quilometro de distância. Aliás, muito mais que um quilometro. Ele precisa se afastar de seus três melhores amigos de todo o mundo e a idéia o desagrada.
Em Haja Vista, sua nova casa, ele se sente confortável. Começa a ter aulas particulares e vê sua irmã Gretel, o "Caso Perdido", abandonando as bonecas para agora ter posters nazistas e mapas da Alemanha.
Seguindo o desejo de ser um 'explorador', procurando esconderijos, lugares diferentes, alguma descoberta tão especial como Colombo com a América, Bruno vai para a área de Haja Vista que é proibida para ele e após andar um pouco encontra do outro lado de uma cerca um menino da sua idade, Shmuel. É sua primeira amizade em Haja Vista e quem o faz gostar de estar por ali.

Bruno e Shmuel tem muito em comum. Nasceram no mesmo dia, no mesmo ano, moram perto um do outro e não estão muito felizes com sua nova situação. Mas a grande diferença é que Shmuel é judeu e mora "do outro lado da cerca". Veste seus "pijamas listrados" e tem a cabeça raspada. Já Bruno não se conforma de sua nova casa ter apenas 3 andares, uma irmã pentelha e ter os soldados entrando e saindo de sua casa como se fossem deles.
Pela ótica infantil e inocente vemos os grandes fatos históricos acontecendo no filme, os campos de concentração, a humilhação, mas de uma forma bastante amenizada. A amizade entre Shmuel e Bruno mudam a vida dos dois. De uma maneira dramática eles encerram o filme mostrando mais claramente o que aconteceu no Holocausto e, no livro, as mensagens ficam mais subentendidas.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Batatas!

Hã. Primeiro, o post com a entrevista (26.07.09) foi mudado. A entrevista tá diferente (à pedidos, estava desatualizada...).
Segundo, hoje fiz essa receitinha, que eu mudei quase tudo, enfim... É uma batata recheada.
Ontem fomos ao mercado e tinha umas batatas gigantescas, achei legal tentar provar fazer algo diferente (não realmente diferente, mas diferente do que eu costumo fazer!).
Aí andei procurando na internet algo pra fazer com as batatas. Achei coisas com azeitonas e tomate seco... Como eu não tinha nenhum dos dois, criei outra coisa. Vejam o resultado:


Batata Lhooouca de forno
Ingredientes:
  • 2 batatas grandes
  • Papel alumínio
  • Requeijão (umas 2 colheres de sopa)
  • Queijo tipo Cheddar (eu só tinha aquele cheddar que é fatiado, coloquei umas 3 fatias picadas)
  • 2 bifes (usei dois contra filés temperados que sobraram de ontem...)
  • Bacon (não usei muito não, depende do gosto da pessoa)
  • Sal e ajinomoto (pouco)
Bom, primeiro lavei muito bem as batatas. Depois, embrulhei cada batata em um pedaço de papel alumínio e levei ao forno baixo por cerca de 50 minutos. Enquanto isso fritei o bacon em cubos com os bifes fatiados e temperados (coloquei ajinomoto, sal, pimenta-do-reino, shoyu, alho, vinagre de vinho tinto, tempero maggi para carnes).
Quando as batatas estavam macias, eu retirei o papel e cortei uma tampinha. Retirei, com cuidado, um pouco do recheio e deixei num refratário, formando uma canoa com a batata.
Com o recheio da batata que eu tirei e reservei, misturei a carne e o bacon frito, o requeijão e o cheddar. Virou uma meleca, mas tudo bem. Coloquei dentro da "canoa" que formei com a batata. Joguei um pouco de queijo ralado em cima e foi pro forno só pra dar aquela derretida nos queijos... E pronto! Só comer.

Alias, as partes de batata que você tira dos lados e do fundo na hora de comer ficou um pouquinho sem sal. Antes de colocar o recheio, procure passar um pouco de salzinho ou uma misturinha de temperos pra dar mais um ar de sua graça. Bom, como cobaias, Lucious e eu provamos o prato. Até que agradou!

sábado, 15 de agosto de 2009

Vida Simples

Assim que recebi a revista Vida Simples desse mês me deparei com a capa que já dizia metade do que precisamos ouvir às vezes... Foi aí que li a reportagem da capa e hoje a compartilho:

Amanhã eu faço

Adiar tarefas, planos e sonhos é muito mais comum do que se pensa.
Mas pode ser muito mais custoso também. Quer saber por quê? Então não deixe para depois e leia esta reportagem agora!
texto Rafael Tonon ilustrações Índio

Faz uns 40 minutos que eu liguei o computador e abri um novo documento no Word na tentativa de começar a escrever esse texto. Mas, antes de sentar aqui, na minha mesa, enfrentar a temida página em branco e começar a digitar estas letras, fui à cozinha preparar um café para ficar mais concentrado. Aproveitei para roubar uma bolacha do pote de vidro de cima da pia e puxei um assunto qualquer com a Cris, a moça que trabalha em casa. Na volta para o meu quarto, já com a xícara de café na mão, passei pela sala e espiei as manchetes do jornal que estava em cima da mesa. Não hesitei: puxei a cadeira e fiquei ali, lendo as notícias do dia. Quando voltei ao computador, abri logo meu correio eletrônico, dei um “enviar e receber” nos meus e-mails e acabei me distraindo ao responder às mensagens que chegaram. Depois que eu terminei, fui lembrar do arquivo à espera do meu texto... “Chega de protelar”, pensei. “É hora de trabalhar.”

Aposto que você, quando pegou a revista para ler, também deixou algumas tarefas para segundo plano: lavar a louça acumulada na pia (sempre ela), dar um telefonema, guardar no armário a roupa passada (ou colocar para lavar a roupa suja)... Enfim, algo deve ter ficado para mais tarde – ou para amanhã, dependendo da intensidade da sua falta de vontade de realizar determinadas coisas. Toda hora, temos que decidir o que fazer. E, para cada coisa que fazemos, há uma relação de coisas não feitas. E isso é bem comum, principalmente nos dias atuais, em que as tarefas parecem se multiplicar nas nossas agendas. Tão comum, aliás, que existe até um termo criado para explicar esse comportamento demasiado humano: procrastinação, que, do latim, significa “postergar, atrasar, demorar, adiar, delongar”.

A psicologia moderna já descobriu que 80% das pessoas procrastinam com certa freqüência (se computarmos as que procrastinam de vez em quando, o número certamente sobe para 99,9%). O que nos leva a concluir que o nível de popularidade dessa tendência comportamental está mais em alta que a de muitos políticos por aí. Isso porque a procrastinação está presente em todas as áreas da nossa vida. Procrastinamos a dieta, a arrumação dos armários, o check-up médico, o envio daquela cotação a um cliente, a entrega da declaração do Imposto de Renda. (Esse último item, aliás, vale um parêntese: este ano, a Receita Federal deu dois meses para receber as declarações dos contribuintes. A dez dias do prazo final, nem metade dos brasileiros que precisavam declarar seus bens tinha enviado o documento ao governo. Sim, nós deixamos mesmo as coisas para a última hora.

Estamos nessa
Ou seja, postergar nossos afazeres é bem mais normal do que poderíamos supor. Quem garante é o psicólogo Joseph Ferrari, da Universidade de Paul, do estado americano de Illinois, e um especialista no assunto. Ele estudou esse comportamento em países tão distintos como Austrália, Estados Unidos e Venezuela para comprovar que não se trata de algo cultural, mas de conduto intrínseca ao ser humano. “É um comportamento que é considerado tão natural na nossa sociedade que a maioria de nós começa o dia procrastinando, ao apertar aquele botão do despertador que permite que fiquemos na cama por mais cinco minutinhos”, diz. “Procrastinamos o tempo todo sem nem mesmo perceber que o fazemos”.

Em pequena escala, empurrar com a barriga pode ser plausível. Afinal, há mais coisas a serem feitas do que qualquer um poderia dar conta em um único dia. Lembrar-se disso já é uma boa forma de ver a procrastinação com bons olhos, sem nos culparmos por não conseguirmos resolver todas as tarefas que a vida nos impõe. Não há mal nenhum em deixar para amanhã a renovação da carteira de motorista, o banho do cachorro ou a ida à costureira para pegar as roupas que ficaram prontas. O problema é quando se preterem muitas tarefas. Ou então quando se adiam algumas delas por tempo demais.

O publicitário Sérgio Katz só se deu conta que precisava parar de postergar os seus compromissos quando isso passou a lhe causar uma série de prejuízos – inclusive financeiros. Num curto intervalo de tempo, ele perdeu voos e a revisão gratuita do carro, pagou a academia de ginástica por meses sem nem ir sequer uma vez e adiou incontáveis consultas e exames médicos. “Mas, de todas, a penalidade mais significativa era a tensão gerada e a energia que desperdiçava ao conviver com permanentemente com uma preocupação sem resolvê-la de fato”, diz. Quem procrastina sempre tem a ilusão de que adiar o problema é uma forma de solucioná-lo por enquanto. É como se o escondesse debaixo do tapete para, na próxima faxina, lidar novamente com ele. Mas a questão é que os problemas não deixam de existir na mente de quem os adia. E, o que é pior, alguns deles tomam proporções maiores com o passar do tempo. Se você deixa para cortar a grama no mês que vem, pode ter um esforço maior do que teria se a aparasse hoje. Esta é a percepção que o procrastinador não consegue enxergar: deixar para depois é quase sempre mais custoso.

O adiamento de algumas tarefas acaba virando uma bola de neve. Sem conseguir controlar o próprio tempo e as próprias ações, a pessoa percebe que os dias passam sem que ela tenha conseguido lidar de fato com as situações, causando uma angústia enorme. Sérgio diz que sempre foi de deixar as coisas para depois, como estudar de última hora nas vésperas das provas, quando ainda era um aluno do Ensino Médio. Mas, com a chegada da vida adulta e o acúmulo de responsabilidades que ela trouxe, ele tem que aprender a se refrear a cada dia. “Hoje, cada vez mais, concordo com a música da Legião Urbana que fala que ‘disciplina é liberdade’”, conta.

A tal prioridade
Mas, se a procrastinação pode causar tantos danos, por quê, afinal, nós deixamos para amanhã o que devemos ou podemos fazer hoje? Segundo Ferrari, temos a tendência de postergar tudo o que parece tedioso, demanda muito trabalho, não é para hoje. Ou o que não nos dê prazer imediato. A procrastinação é um embate entre o tempo psicológico, estabelecido pelos nossos desejos, e o tempo social, que é o marcado pelo tique-tique constante do relógio. E ela pode estar relacionada a diferentes razões. Uma delas é a falta de autocontrole, que faz com que as pessoas acabem adiando as atividades para as quais deveriam dar prioridade, justamente por agir de forma impulsiva e perder o senso crítico e racional da situação.

São pessoas que dizem gostar de trabalhar sob pressão ou resolver as coisas no limite do tempo. E afirmam ter um desempenho melhor dessa forma. Está certo que, enquanto o jogo está valendo, é possível fazer um gol até os 45 minutos do segundo tempo. Mas a chance de vencer uma partida com um gol de última hora é muito mais uma questão de sorte do que de bom desempenho. Nesse minuto final tão decisivo para o placar, é possível perder o passe, ter a bola roubada, errar o chute. Aí não há mais tempo hábil para reverter o jogo. “Essas pessoas nem sempre gostam de trabalhar assim, mas por ter dificuldade de estimar o próprio tempo e, por isso, deixar as coisas para a última hora, têm que entregar tudo sob pressão e fingem gostar disso”, diz Ferrari. Na maioria das vezes, elas não conseguem calcular racionalmente o período necessário para a realização de uma tarefa, deixando-a, então, para os momentos finais.

No ambiente de trabalho, é comum agirmos pautados pelas prioridades. Ainda mais hoje, em que tudo parece ser ainda mais urgente. “O senso de urgência teve sua referência alterada. Tudo é mais rápido, tudo é para ontem, tudo que ser agora. Do contrário, podemos perder clientes, dinheiro, posição e até status”, diz o consultor de recursos humanos Marcos Nascimento. Mas essa mudança no parâmetro de urgência afetou todos nós de forma negativa. Tanto que não podemos conviver com a idéia de deixar para amanhã a resposta a um e-mail que não é tão importante assim. Na ânsia de fazer tudo e mostrar para o chefe que dão conta de realizar várias tarefas ao mesmo tempo, as pessoas acabam postergando tarefas que deveriam ser fundamentais. “A tendência que temos em glamourizar o estresse influencia muito nossas decisões. Daí, como temos muitas coisas consideradas urgentes, é bem provável que coisas cruciais, realmente importantes, fiquem negligenciadas, afirma.

Ou seja, esse novo senso de urgência está fazendo com que nos tornemos mais procrastinadores ao adotarmos a ideia de que tudo é impreterível. Não é: há coisas mais urgentes do que outras. E estabelecer essa hierarquia de prioridades, apesar de difícil, é primordial para que as tarefas sejam feitas com a dedicação que elas exigem. Estudos indicam que, quanto mais detalhada e objetiva for uma tarefa, mais chances temos de realizá-la. Se, ao contrário, percebemos uma atividade distante como do aqui e agora, tendemos a deixá-la para ser resolvida em um futuro vago, para quando sobrar um tempo – se é que vai sobrar. Por isso, é mais fácil procrastinarmos uma intenção (como começar a estudar italiano) do que uma tarefa (entregar um orçamento). Criar prazos e termos concretos é uma forma de nos impulsionarmos a pôr a mão no batente e seguir em frente – seja no que for. Se os editores desta revista não me dessem um prazo, dificilmente eu estaria contando o que apurei nessa reportagem para você neste momento. Provavelmente, ia continuar a me distrair com o jornal ou até com outros afazeres acumulados. Porque os prazos nos ajudam a vislumbrar o que tem que ser feito. E fazer!

Tomar decisões
Mas nem todo mundo consegue ter essa visão prática da vida. Tenho uma amiga que vive um grande dificuldade nesse sentido. Não que ela não saiba o que é preciso fazer. Ela sabe – e faz muitas delas, principalmente no trabalho, onde todos nós costumamos a ser mais responsáveis. Mas muitas vezes ela procrastina por não conseguir tomar uma decisão acertada das coisas. Desde que eu conheço a Carla (como ela me pediu para chamá-la aqui), ela sempre foi assim: atrasada para todos os encontros e compromissos, tem um verdadeiro guarda-roupa no carro justamente por nunca conseguir ir para casa e se trocar. Em aniversários e comemorações ela não compra presente de ultima hora: compra no outro dia, quando o aniversário já passou. Há duas semanas a vi online no MSN e perguntei se ela permitia que eu contasse a história dela aqui, já que não conhecia uma pessoa mais procrastinadora. Ela gostou da ideia, mas precisaríamos conversar outra hora porque ela tinha que pagar uma conta pela internet ainda naquele dia. Detalhe: eram 23h40 da noite. “Sou enrolada mesmo. Fico adiando e quando vejo passou da hora. Se eu sei que tenho 15 minutos para fazer alguma coisa, eu uso os 15 minutos cheios e ainda aproveito mais uns dez minutos que usaria para outra coisa”, admite.

Não pense que a Carla se vangloria por ela ser assim, não. Se pudesse, ela seria bem mais organizada e decidida. “Quando consigo me organizar e antecipar as coisas, sinto uma satisfação muito grande. Mas quase nunca consigo”, diz. E essa impossibilidade não está ligada somente aos afazeres e compromissos, mas à vida pessoal. Em um relacionamento há cerca de oito anos, ela já não se sente tão envolvida, mas não consegue dar um ponto final na relação. “Nos últimos dois anos, o problema só se agravou. Eu continuo adiando, adiando e adiando. Mas eu simplesmente não enxergo o dia em que essa decisão terá que ser tomada. Fico buscando caminhos, saídas, soluções. Tudo para evitar cada vez mais algo que é inevitável”, conta.

Carla faz parte de um grupo de pessoas que procrastinam por não conseguir tomar decisões, porque não decidir, na cabeça delas, as absolve das responsabilidades que viriam com tais decisões. E, para não sofrer as conseqüências, preferem ficar estacionadas. A maioria de nós também é assim: temos a necessidade imperiosa de evitar ou desprazer a qualquer custo. Preferimos, muitas vezes, a agonia da espera, em lugar de fazer de uma vez o que precisamos, principalmente se for para nos causar qualquer tipo de sofrimento. Não conseguimos ter o distanciamento necessário para estabelecer uma relação entre esforços e resultados e perceber que o sofrimento, muitas vezes, vem em decorrência. de uma mudança mais positiva. E que causaria muito mais prazer para nós mesmos.

Sem medo de arriscar
Segundo Ferrari, essa questão está ligada a nossa baixa autoestima e nossa insegurança. E, por causa delas, acabamos protelando por evitar o medo de não termos o sucesso esperado em algumas tarefas. “As pessoas com essas características são muito preocupadas com o que os outros pensam delas. Dessa forma, preferem que pensem que ela é displicente e tem problemas em se esforçar para agir do que percebam que, no fundo, elas não têm habilidade para isso”, explica. Quem se lembra da história de Joe Gould sabe bem o que isso significa. Gould era um boêmio Culto que vivia como um mendigo pelas ruas de Nova York entre as décadas de 1940 e 50 sem dinheiro no bolso e com uma ideia fixa na cabeça: escrever uma obra monumental que ele tinha intitulado de História Oral do Nosso Tempo. O livro seria o maior já escrito no mundo e reuniria ensaios e conversas ouvidas por ele em suas andanças pela metrópole americana.

Gould tinha certeza de que a obra fazia dele um grande escritor e historiador dos tempos modernos, um nome para ser lembrado pela posteridade. Sua vida foi contada pelo repórter Joseph Miitchell, um dos maiores nomes do jornalismo literário, em dois perfis publicados na revista New Yorker – e depois reimpressos no livro O Segredo de Joe Gould. Sem querer ser um estraga-prazeres, revelando o segredo de Gould aqui, é imperativo: A História Oral não existia, era uma mentira forjada por Gould. Ele nunca chegou a escrever um rascunho do livro, apesar de propagar em conversas a grande obra-prima em que estava trabalhando. “A História Oral era seu salva-vidas, o único meio de se manter à tona”, escreveu Mitchell sobre seu personagem. “Se ele a tivesse escrito, provavelmente não haveria de ser o grande livro que andara apregoando para cima e para baixo”, acredita seu biógrafo.

Por achar que o livro propriamente dito fosse inferior à ideia que ele tinha (e fazia os outros terem), Gould recuou e preferiu viver por trás da máscara de um grande escritor sem nunca tê-lo sido. “É normal as pessoas se sentirem paralisadas quando algo parece ser maior do que elas. Acabam procrastinando porque exigem tanto de si próprias numa tarefa que acabam com medo de enfrentá-la”, afirma o psicoterapeuta e filósofo Ari Rehfeld.

O perfeccionismo exacerbado tem a capacidade de nos fazer desistir ou postergar por um tempo ilimitado nossos afazeres, desejos e intenções. “Dê-se a chance de realizar algo bom e não necessariamente ótimo. Experimente começar a fazer para só depois avaliar. Permitir começar já é um grande passo”, aconselha Rehfeld. Claro que é preciso ter consciência das limitações e habilidades para o que se está disposto, mas se vencermos o que nos paralisa e nos desviarmos das distrações que nós mesmos colocamos todo dia em nossa vida, já teremos meio caminho andado para enfrentar qualquer situação. Nem que seja, como no meu caso ou no de Gould, uma temida página em branco.

Xô, procrastinação

CRIE PRAZOS
Eles são importantes para nos organizarmos mentalmente e termos claro que não podemos enrolar para sempre para fazer as coisas e cumprir os compromissos.

DÊ RECOMPENSAS
Permita ficar meia hora batendo papo para algumas horas seguidas trabalhadas ou prometa-se um presente quando estiver na metade do projeto. Isso ajuda a se esforçar mais.

CONCENTRE-SE
A forma mais fácil de procrastinar é se distraindo. Dê atenção às tarefas. E evite telefones, e-mails e tentações da internet.

FAÇA LISTAS
Coloque tudo o que você tem ou deseja fazer no papel. Mas seja sincero mesmo: elimine as tarefas que você não planeja realizar nunca, mas vai acumulando.

NÃO MISTURE
Faça listas diferentes para prioridades do trabalho e dos afazeres domésticos, por exemplo. Senão as urgências do trabalho vão sempre ficar em primeiro lugar.

ABRA O JOGO
Se você acha que não vai dar conta de uma tarefa, seja honesto: fale das suas dificuldades. Mas, se possível, tente fazê-la. Você pode se surpreender.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

um

"Quando um dia eu julgar
Que o mundo é meu jardim
Da casa, esta vida ilusória,
Partindo estarei."
(Musashi, p. 1533)

domingo, 26 de julho de 2009

Entrevista Luciana Playmobile

Bom, essa entrevista foi criada a partir de uma tarde de folga, em casa, sentada sobre nosso ex-sofá (um colchão, graças a Deus agora nós temos nosso sofá vermelho!) e rindo muito, como de costume, né?
Tentamos ser um pouco mais sérias, mas se alguém realmente ouvisse as partes originais ia achar que temos algum tipo de problema.
Está aqui no meu computador faz tempo, só agora que tô botando porque sou um animal louco!

El Di, a entrevista.

Para conseguir ler a entrevista, basta clicar em cada foto que abre ela maior.




Detalhe: Estamos extremamente falando de uma maneira absolutamente diferente da real, se vocês ouvissem o que foi dito de fato, JAMAIS poderia ser publicado!




quinta-feira, 23 de julho de 2009

common market

Common Market é foda. Eu nunca sou a primeira a achar um vídeo e, dessa vez não foi diferente. Mas quando assisti esse video fiquei muito feliz. Há praticamente 4 meses estou viciada nesse EP novo do Common Market, The Winters End. Common Market é o MC RA Scion e o produtor e DJ Sabzi (Blue Scholars). De Seattle até os meus fones de ouvido eles tem me impressionado desde o ano passando quando eu comecei a ouvir seus sons. O primeiro que ouvi foi Black Patch War. De cara, adorei. Depois veio Common Market (álbum), Tobacco Road e The Winters End. Na verdade, eu comecei ouvindo um som mais recente pra depois conhecer os sons mais antigos. Independente da ordem que passei a ouvir os sons, eu gostei de muitos deles.
Os beats do Sabzi são muito bons. Tanto sampleando quanto tocando seus beats tem uma característica única e se encaixam com perfeição no flow de RA Scion. Tanto em suas caixas pesadas quanto em seus samples mais doces, ele impressiona.
O que me impressiona bastante também são os temas que RA Scion escreve. Conhecedor de diversas culturas, ele segue com rimas inteligentes e diferentes do cenário atual do rap. Extremamente conceitual, ele consegue falar de religião, de fazendeiros, de suicídio. Sempre muito bem acompanhado com os beats do Sabzi que, como um camaleão, se adapta a cada letra de RA Scion.

Nesse ultimo EP, destaco que as faixas são em clima de funeral, exceto Brasso. Apesar de não combinar com o clima do álbum essa faixa é de um beat cativante. Em experiência, cantando, as musicas são viciantes. A ultima musica, um beat maravilhoso de Sabzi, com caixas pesadas, que dispensam qualquer voz nesse momento. Dá o tom funebre à obra e encerra em grande estilo.

Então, finalmente, o vídeo de Escaping Arkham...

quarta-feira, 24 de junho de 2009

...

"...fizemos dos olhos uma espécie de espelhos virados para dentro, com o resultado, muitas vezes, de mostrarem eles sem reserva o que estávamos tratando de negar com a boca..."
(ensaio sobre a cegueira)

.

Sem tempo.
Estudando e lendo bastante...
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quinta-feira, 21 de maio de 2009

Alegria, alegria!

Hoje eu fui ver Simonal - Ninguém sabe o duro que dei. Tudo bem que não tinha muita gente e, a maioria era idosos... Mas eu gostei bastante do documentário.

Já tinha ouvido alguns sons do Wilson Simonal quando saiu a Coleção da Folha de Bossa Nova e eu (re)"descobri" esse cara. De cara, li o pequeno livro dele e foi o que achei mais interessante. Saber que ele que inventou aquela parte "Mó num pátropi..." na música do Jorge Ben Jor, "País Tropical", com certeza fez me interessar ainda mais pela história e as músicas dele. Ouvir algumas músicas na voz de Simonal é maravilhoso. Até mesmo as canções de Carlos Imperial, que parecem tolas e bobagem (Mamãe passou açucar 'NI' mim, muito boa). A voz é linda, afinado e, ainda mais, engraçado.

A famosa "pilantragem" resume-se em Simonal. Ele é a pilantragem. O rei do swing... Um verdadeiro showman, fazia de tudo no palco. Conta Ziraldo no filme, que ele deixava a platéia cantando e ia tomar um café, voltava e eles ainda estavam lá, cantando como havia falado... Uma das cenas mais marcantes do filme é no Maracanãzinho quando ele rouba a cena de Sérgio Mendes. Ele foi abrir o show do cara e acabou fazendo o melhor show. Comandou um "coral" de 30 mil pessoas que se divertiram e até vaiaram a hora que ele precisou sair do palco.

As histórias engraçadas, o bordão "Alegria, alegria", ser um negão que canta vários tipos de musica não foi fácil... Causou inveja com seus carrões, com suas mulheres... E, infelizmente, sua história não foi tão bonita sempre. Descobriu que ficou sem grana (gastava sem pensar), desconfiou que seu contador o estava roubando. Numa época de ditadura, foi acusado de ter envolvimento com o Dops (para dar um corretivo no seu contador), ser um dedo-duro, sendo que a delação era o pior crime que se poderia cometer. Apavorado e sem ter noção do que estava realmente acontecendo e, para se defender, acabou se dizendo a favor da política extremista.

Passou anos esquecido. O depoimento de sua segunda esposa, Sandra, emocionada, relembrando quando ele ia ver os shows dos filhos, Max de Castro e Simoninha, que assistia escondido, pra não prejudicar a imagem dos filhos. E, dizendo uma frase que deve ter ecoado em muitas mentes: "Eu não existo na música brasileira".

Anos mais tarde do seu auge, provou que não tinha envolvimento com o Dops, mas não recebeu o devido foco.

Morreu alcoolatra, depressivo e sem o reconhecimento que merecia (2000).

Pra quem gosta do cara, vale muito a pena ir assistir, ouvir antigas gravações, as palhaçadas, boas músicas e a versão das pessoas que o conheciam.




... hoje: 'quantas vezes você tá distante mesmo tando do lado...' (emicida)

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Ibira...


Tino Marcus e eu.


Junior (do Sandy&Junior), eu, Lucio


Eu, Lucious.

Passeio semana passada no Ibira... Estava um dia liiiindo.

terça-feira, 5 de maio de 2009

é...

Um público de mais de 4 milhões de pessoas...
Nego vive reclamando da prefeitura, da falta de incentivo à cultura, de falta de estrutura e muito mais. A prefeitura, então, faz a Virada Cultural, um evento que são 24 horas com shows, espetáculos de dança, teatros, intervenções... Uma festa rica, livre para todo o público, com um som bom, com telão, com banheiros (no fim eles ficam nojentos mesmo), com shows pra agradar gregos e troianos (o rap ficou meio isolado... mas, existiu!). A população responde comparecendo em peso! Shows ótimos, muitos nunca seriam acessíveis a algumas pessoas por serem sempre em lugares privados e muito caros. E fico imaginando a sensação que o artista deve ter quando olha e vê aquela multidão toda ali vendo seu show, ruas abarrotadas de gente... Mas tem um porém... Quem deixou a desejar foi o público. O show do Tim Maia Racional com o Instituto, B Negão, Thalma de Freitas, Dafé, Kamau poderia ter sido muito melhor se, no meio do show, não desmaiasse alguém atrás de mim vitima de excesso de álcool. Se eu pudesse ter fechado os olhos pros vômitos que encontramos no meio do caminho, se não tivesse sentido o cheiro forte de xixi pelas ruas e o estado lastimável de muitas pessoas. Tá certo que é uma celebração, que é um momento festivo, mas beber até passar mal não vai fazer da festa um evento melhor. A imundice que se encontrava o centro era terrível. Gente vomitando, gente encostada nos cantos da rua desmaiada, overdoses, tumulto na porta do metrô... Tudo isso poderia ser evitado.
Um dos shows mais bonitos que eu já vi (pelo telão, a lotação estava foda!)... E as paradas de rap que foram um pouco longe do centro foram compensadas com um Freestyle foda no palco da São João...


É como minha mãe diz... O macaco senta no rabo pra falar do rabo dos outros...

domingo, 3 de maio de 2009

Vik Muniz




Vale a pena ver...

Exposição do VIK MUNIZ, no Masp.
Obras de chocolate, de molho e macarrão, de lixo, de recortes de revistas, de pequenos brinquedos, de diamantes, de caviar... Diversidade e muita criatividade compõe essa exposição que fica até o dia 12 de julho.

“O artista faz só metade da obra, o observador faz o resto. Eu faço arte para poder observar pessoas a observarem minhas obras” Vik Muniz

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Oficina Tipográfica

Meu cartão de visita

Cartaz que nós fizemos na aula

Linotype linda!

Montagem do cartaz!



Esse sabado participei de uma oficina muito foda. A Oficina Tipográfica fica dentro do Senai Bresser. Foi muito boa a aula. Nós fizemos um cartaz com algumas letras, tipos que gostamos e encontramos por lá e, mais tarde, fizemos nosso cartão de visita (Ainda vão chegar alguns pelo correio). Simplesmente adorei, esse contato manual com as coisas, essa forma mais rustica, sem computador, sem as facilidades do photoshop e as maneiras de imprimir mais atuais. Poder colocar a mão na massa, imaginar como vai ser, preencher os espaços em branco, escolher os tipos, pedir ajuda pros tipografos fodas que tinha lá... Ver como funciona tudo, é lindo!
Com certeza vale muito a pena... Agora só esperar os próximos modulos!

terça-feira, 21 de abril de 2009

Saca



Motion Design! (:

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Ropes . Invincible

Hoje entrei num blog e vi esse vídeo. Pirei. No começo do vídeo Invincible está em frente à MTV, onde seu clipe Ropes foi rejeitado por ser problemático e tratar de suicidio. Essa é uma das minhas mcs preferidas. Desde que eu conheci o som dela, uma escolha de beats impecável, um flow muito bom e uma voz muito da hora, fiquei viciada, ouvi o cd zilhões de vezes...